28 de abr. de 2012

25 de abr. de 2012

do que eu ainda não entendo

w.

apesar de pedras e bombas 
é sempre bom ter durante o dia 
palavras que não são minhas
que pretendem ser beijos
e que ainda nem entendo direito

Confrontação

E, eu tentava mentalizar: calma vai passar; tudo passa; você já passou por coisas piores e maiores. Sei que é apenas um contratempo não chega a ser um problema, mas o que me incomoda é essa mania, quase defeito, de me preocupar demais, de me comprometer demais, de sempre esperar que tudo saia da melhor forma possível.

Sim eu me desgasto; eu gasto minhas energias, perco meu sono pensando no que fazer, o que isso vai resultar, quais os prós e os contras de dizer sim ou não, ir ou ficar. No fundo sou indeciso. E inseguro. O que para a maioria das pessoas é um coisa simples, pode ganhar um dimensão enorme quando se trata de mim. 

Estou entre o agora e o futuro, um pé aqui o outro já tentando alcançar lá na frente. Impossível! Eu sei que me frusto, sofro por antecipação, já até adoeci. No entanto, se sofro demais por algo que ainda nem aconteceu, também me alegro muito antes mesmo de poder comemorar. Porque, sou tudo isso muito intenso, não dá pra mudar. E a vida nos dá as suas recompensações...

8 de abr. de 2012

"olha
eu gostava 
é que tu gostasses de mim"




hoje os versos de Adília ressoaram em minha mente. que os ventos os conduzam aos teus ouvidos, pois são todo o pouco que eu gostaria de dizer. deixo o poema por inteiro, porque de todo sofrimento e do humor que sobrevive se constrói poemas, livros, vidas



NÃO GOSTO tanto 
de livros
como Mallarmé
parece que gostava
eu não sou um livro
e quando me dizem
gosto muito de seus livros
gostava de poder dizer
como o poeta Cesariny
olha 
eu gostava 
é que tu gostasses de mim
os livros não são feitos
de carne e osso
e quando tenho
vontade de chorar 
abrir um livro
não me chega
preciso de um abraço
mas graças a Deus
o mundo não é um livro
e o acaso não existe
no entanto gosto muito de livros
e acredito na Ressurreição
dos livros
e acredito que no Céu
haja bibliotecas
e se possa ler e escrever.

Adília Lopes In: Florbela Espanca espanca, 1999. 


2 de abr. de 2012

(F)all

bons ventos, boas novas. os ventos que anunciam a mudança de estação, parece que sopram motivos para voltar a sorrir. posso desobedecer o esperado e florescer em pleno outono. eu posso. o vento já anunciava um perfume diferente, que eu reconheci como teu. quero mais que perfume, quero toques, apertos, beijos. eu quero. esses ventos têm feito-me bem, as preocupações são outras, aliás são mais ansiedades que preocupações. não quero mais perder tempo com assuntos burocráticos, acadêmicos ou bancários, isso se resolve, resolvo quando oportuno; estou ansioso por vida, por noites, festas, convívio, aconchego. estou ansiando por você, por nós.