27 de mar. de 2017

realidade

a arte de sonhar...
um dia dá certo
eu me derreto com teus sorrisos discretos
fico sem ar ao sentir tua respiração
tão próximo de mim
quero abraçar o mundo e só sentir teu corpo entre meus braços
eu quero te sufocar de abraços, 
e te fazer afagos, 
e te deixar sem jeito, 
sem fôlego, 
sem roupas, 
sem desculpas para fugir de mim. 

23 de mar. de 2017

18 de mar. de 2017

tenho esperado o seu corpo jogado no colchão, a perna esticada ocupando o meu espaço e o silêncio das madrugadas desfeito pela sua respiração. o teu perfume no travesseiro, o sorriso interesseiro querendo sorvete na cama, querendo a camiseta emprestada, querendo mais cinco minutos do meu corpo sobre o seu. 
contínuo esperando que você chegue para ser presença, companhia e necessidade. para que enrosque o pé no meu e me atrapalhe na leitura dos textos da semana, para que peça que eu leia para ti, ou que pare de falar em Pessoa, Carvalho, Nazarian. Você apenas ouvirá os textos que trago decorados que sussurrarei em seus ouvidos, para depois guardar meus livros e me entregar um dos controles do vídeo-game. 
ainda espero esbarrar contigo na esquina da padaria, dentro do ônibus ou saindo do dentista. sei que você anda por aí, fazendo os mesmos planos para um vida bem normal, mas, assim como eu, ainda não te permitiram a normalidade. 
espero que no próximo inverno, meu abraço não permaneça vazio, que minha cama não fique quente apenas por algumas horas e que as próximas viagens tenham companhia ou um enorme motivo para durarem sempre menos. 
eu estou pronto. 2 anos arrumando o meus caos interior para não te assustar. eu estou preparado para reconhecer-te e não te deixar escapar.... já pode, como se soubesse que este é o melhor momento, surgir, porque eu sei que andas a me procurar! 

12 de mar. de 2017

coração vazio

Há dias em que não é possível ignorar a ausência de alguém ao nosso lado. A cama vazia, o celular que não toca, aliás, toca várias vezes, mas é só mais alguém, não é aquela mensagem ou um convite para ir à padaria DAQUELA pessoa. APESSOA! 
Não falo de solidão, às vezes estamos rodeados de pessoas, até temos com quem trocar beijos, ou transar e tudo mais, no entanto para nisso. É raso, superficial e não satisfaz. Coração vazio, sabe? Falta alguém para preenchê-lo e, também, encher nossa vida de alegria e preocupação. Falta cumplicidade, colo, abraço e a certeza que amanhã a pessoa ainda permanecerá em nossas vidas. 
São nesses momentos que esquecemos todos os sofrimentos que passamos nas paixões anteriores e mesmo inconscientemente, começamos a buscar um nova paixão, sem nos preocupar com os problemas e as dores que se seguirão. 
Porque somos assim, precisamos do frio da barriga, da perna bamba e do sorriso bobo. Aliás, todo mundo fica bobo na melhor parte da história e isso fode tudo... mas é justamente dessa parte que sentimos falta em domingos ensolarados nos quais você não tem ninguém para ir dar uma volta no parque, ou deitar na sua cabeça e ganhar cafuné! 


4 de mar. de 2017

Não derramei o leite, mas chorei, mesmo assim

Foi estranho te reconhecer nos corredores do supermercado, meu coração disparou e eu me escondi no corredor dos laticínios. Não estava apresentável às 19h de uma quinta-feira tendo saído direto da academia, só querendo banho e cama. 
Acabei ativando minhas tendência psicopatas e por segundos te acompanhei pelas frestas das prateleiras que me deixavam ver-te no outro corredor. Foi quando vi ele. Empurrando o carrinho para você. O carrinho que talvez era de vocês, no plural. 
Há quase dois anos. Quando me deixou, você disse que ele tinha te procurado e que achava melhor voltar pra ele. Eu nunca quis ninguém pela metade, então: boa sorte! Mas me doeu tanto, viver a cena de um seriado norte-americano. 
Não derramei o leite, mas chorei, mesmo assim. E disfarcei. Tentei sair o mais breve possível dali, empurrando o carrinho e esbarrando nas prateleiras do hortifruti. Não queria que vocês me vissem. Nem queria tê-los visto, mas isso já era tarde.
Acabei pensando em tudo que nós, eu e você, poderíamos ter tido, mas não vivemos. Porque ele deve ser melhor do que eu. As viagens não feitas, as noites não divididas, as brigas que não aconteceram, as banalidades, como ir ao supermercado, que não fizemos juntos. 
No fundo, tive inveja dele, queria ser eu a empurrar o nosso carrinho e a dividir uma vida contigo e com alguém. Começo a achar que isso não é para pessoas como eu... intensas demais. Ninguém aguenta, todo mundo foge, ou de repente se são conta que o ex era bem melhor.