28 de set. de 2010

E quando tudo parece perdido, leio Clarice ou Caio (eles me entendem melhor do que eu mesmo), aí vejo que nem tudo está perdido. E que as dores, ou, os amores, ou, as ilusões não são de todos mal. Dessa vez foi Caio:

"Os homens precisam da ilusão do amor da mesma forma como precisam da ilusão de Deus. Da ilusão do amor para não afundarem no poço horrível da solidão absoluta; da ilusão de Deus, para não se perderem no caos da desordem sem nexo."
(Os Dragões não conhecem o Paraíso - Caio Fernando Abreu)

26 de set. de 2010

Lenda!?...

para a Cíntia e a Estê.



- é sapo.
- é mesmo!
- o quê?
- é um sapo. e se beijar não vira Principe.
- nem Lobo-mal.
- por quê?
- porque é um sapo.
- ah... tá, mas sapo não. Sapinho. Que fica mais bonitinho.

...

- Tem a música da Céu, do sapo.
- "meu nome na boca do sapo, e sua boca na minha..." Não é "meu" nome na boca do sapo, mas bem que nesse caso poderia ser! rs
....

Moral da História: ainda não tem moral, nem final, nem começo, talvez. Mas vale a pena escutar a Céu, nesse domingo (de frio) em São Paulo.




Devaneios dos embalos de uma sexta à noite


(retirado do caderno vermelho)

Ao som de Wild is the Wind


e de repente ali estávamos nós. chegastes quando já não esperava mais despertando um sorriso que fugiu dos meus lábios sem que eu percebesse, e a promessa de que a noite seria nossa. e depois? entre luzes que piscavam alucinantes e músicas que ecoavam, primeiro foi a voz rouca de ana carolina, depois outras tantas que nem lembro mais, pois, em minha mente a voz rouca que ecoava era cat powet cantando love me love me. ali estávamos nós a poucos passos um do outro. mas me faltou o primeiro passo. agora me falta explicação. por um motivo qualquer, que ainda não sei nomear não tive o ímpeto de dar o primeiro passo, um primeiro gesto, a primeira tentativa de cumprir a promessa que havia sido anunciada. coragem? não. como que o porra-loca, o meio sem noção da turma, o único que tem coragem de dizer o que a grande maioria não dizia, agora não tinha coragem de ir ao encontro da única coisa que lhe faltava naquela noite de sexta. mas a pequena distância parecia quilômetros, as palavras não vinham, estava paralisado, a única coisa que me passava pela cabeça era: “o que eu faço agora?” mas, como você já fez isso outras vezes? é. não sei. na verdade só sei que não fui. e ainda não arranjei desculpa ou explicação. também não me arrependo. na medida do possível deu tudo certo, me divertir, distraí minha mente depois de uma semana turbulenta. e dormí, em paz, sozinho e feliz. a dor que sentia até semanas atrás e temi que voltasse nem apareceu. eu disse que ia ser diferente, não disse. quem sabe da próxima vez a coragem venha, e com ela a promessa se cumpra. ou então, seguiremos nossos caminhos pararelos. e a promessa ficara naquela sexta feira de chuva.

22 de set. de 2010

stand by

Ando entregue a dureza do real, do pensamento filosófico, de explicar e até viver tudo pela razão. Onde há sempre uma explicação, um motivo, uma interpretação. Ando vendo os dias como eles são, se frios, frios; se há sol, vejo os seus raios e até sinto o calor desta terra tropical.
Mas escondo um desejo secreto: ando mesmo esperando o renascimento de um tempo onde o que impera é a beleza, onde a vida pareça o final açucarado de comédia romântica, com beijos, mãos dadas, flores e declarações de amor (escritas ou ao pé do ouvido). Onde tudo é explicado pela emoção, pelos sentimentos. Onde na verdade não há explicação. Quando esse tempo chegar tudo ganhará uma camada extra de cor. uma alegria que permanece adormecida será despertada, os dias de chuva serão bem vindos para o calor das cobertas e dos corpos; os de sol, serão bem ditos, vindos e vividos, entre luzes novas ainda não vistas, dança, músicas, beijos e paixão.

(obs: o texto é o mesmo mas o título resolvi mudar, sei lá porque.)

19 de set. de 2010

7 de set. de 2010

Entre o certo e o errado

Por que estamos sempre nos perguntando se estamos no caminho certo, fazendo a coisa certa, se aquela é a melhor coisa a ser feita ou a melhor resposta a ser dada?
Eis um dos
ônus de seguir em frente: a incerteza de que se o próximo passo será dado em um solo de aparente segurança mas que acabará nos desequilibrando, ou em solo firme.
Quantas vezes não tentamos olhar pra traz em busca de uma resposta? Quantas vezes não tentamos olhar lá na frente em busca de uma resposta?
E quantas vezes não descobrimos que a resposta estava o tempo todo
conosco, ali bem guardadinha dentro de nós?
Muitas vezes fazemos a escolha certa, muitas (muitas mesmo!) nos
arrependemos de ter feito o que fizemos, de ter preferido isso a aquilo. E muito mais do que alegrias e arrependimentos, encontramos, sobretudo, surpresas que nem sequer desconfiavamos que viriam.
Não há formula certa nem errada, temos nossos caminhos e nossas escolhas. E são essas escolhas que nos fazem seguir em frente, sem grandes arrependimentos, porque o maior deles seria simplesmente não decidir, não escolher, não arriscar: não viver.

5 de set. de 2010

"Que livro você é?"

Se você fosse um livro nacional qual seria? A pergunta reunia duas coisa que eu adoro, literatura (brasileira) e aqueles testezinhos em que temos que responder uma meia dúzia de perguntas pra que um sistema configurado atráves de um cojunto de probabilidades, que eu jamais irei entender, nos dê a resposta, e pelos quais eu não consigo passar sem fazê-los. Este teste reunia como resultado vários títulos de livros brasileiros: romance, contos, poesias e best-sellers. Para minha surpresa ao fim do teste acho que ele acertou em cheio, se não acertou, pelo menos me agradou e muito. Afinal, me dizer que eu seria o meu livro favorito, A paixão segundo G.H., me deixou lisonjeado. Vejam só o resultado completo:


"A Paixão Segundo GH", de Clarice Lispector

Você é daqueles sujeitos profundos. Não que se acham profundosprofundos mesmo. Devido às maquinações constantes da sua cabecinha, ao longo do tempo você acumulou milhões de questionamentos. Hoje, em segundos, você é capaz de reconsiderar toda a sua existência. A visão de um objeto ou uma fala inocente de alguém às vezes desencadeiam viagens dilacerantes aos cantos mais obscuros de sua alma. Em geral, essa tendência introspectiva não faz de você uma pessoa fácil de se conviver. Aliás, você desperta até medo em algumas pessoas. Outras simplesmente não o conseguem entender.
Assim é também "A Paixão Segundo GH", obra-prima de Clarice Lispector amada-idolatrada por leitores intelectuais e existencialistas, mas, sejamos sinceros, que assusta a maioria. Essa possível repulsa, porém, nunca anulará um milésimo de sua força literária. O mesmo vale para você: agrada a poucos, mas tem uma força única.


"O Vampiro de Curitiba", de Dalton Trevisan

Descolado, objetivo e realista. Cult. Você deve se sentir mais à vontade longe de shoppings, da TV e de qualquer coisa que grite “cultura de massa”. Nada de meias palavras: a elas, você prefere o silêncio. Você não vê o mundo através de lentes cor-de-rosa, muito pelo contrário. Procura ver o mundo como ele é, entendê-lo, senti-lo. Às vezes, bate até aquele sentimento de exclusão, ou de solidão. Mas é o preço que se paga por ser um pouco "marginal". Não se preocupe, pois você atrai a admiração de pessoas como você: modernas no melhor sentido da palavra.
Em "O Vampiro de Curitiba" (1965), Nelsinho protagoniza uma variedade de contos, nos quais ele busca satisfazer sua obsessão sexual vagando pelas ruas de Curitiba - paralelamente, esta cidade de contrastes se revela ao leitor. A temática e a forma já denu
nciam: este não é um livro para qualquer um. Tem que ter cabeça aberta para enfrentar a linguagem nua e crua de Trevisan, que é reverenciado pelo leitor capaz de driblar velhos ranços burgueses.



"Anto
logia Poética", de Carlos Drummond de Andrade

"O primeiro amor passou / O segundo amor passou / O terceiro amor passou / Mas o coração continua". Estes versos tocam você, pois você também observa a vida poeticamente. E não são só os sentimentos que te inspiram. Pequenas experiências do cotidiano – aquela moça que passa correndo com o buquê de flores, o vizinho que cantarola ao buscar o jornal na porta – emocionam você. Seu olhar é doce, mas também perspicaz.
"Antologia Poética" (1962), de Drummond, um dos nossos grandes poetas, também reúne essas qualidades. Seus poemas são singelos e sagazes ao mesmo tempo, provando que não é preci
so ser duro para entender as sutilezas do cotidiano.



"Doidas e Santas", de Martha Medeiros

Moderninha e solteira, ou radiante de véu e grinalda? Eis a questão da jovem (ou nem tão jovem) mulher profissional, cosmopolita e, apesar de tudo, muito romântica. Eis a sua questão! Confesse: quantas horas semanais você gasta conversando sobre encontros e desencontros sentimentais com as suas amigas? Aliás, conversando não. Analisando, destrinchando... Mas isso não quer dizer que você só questione a existência de príncipe encantado, não. A vida adulta hoje não está fácil para ninguém, como bem mostram as 100 crônicas de "Doidas e Santas" (2008), que retratam os sabores e dissabores da vida sentimental e prática nas grandes cidades.


Confesso que adorei o meu resultado, A paixão segundo G.H. é o meu livro favorito, como já disse acima e Clarice é a favorita pro resto da vida; Drummond é sempre um poeta a ser (re)lido e sendo uma Antologia, seria a beleza e a força de tudo o que ele escreveu condensados; adoro os textos da Martha Medeiros, sobretudo, as crônicas e quando ela fala de amor, ou de desamor, então; o único senão foi o livro do Dalton Trevisan, O Vampiro de Curitiba, que ainda não li, mas o senão nem é por esse motivo, mas sim porque acho que se fosse um livro de conto, provavelmente seria algum do Caio F. talvez Os Dragões Não Conhecem o Paraíso, mas a justificativa até que me convenceu, e vai que não incluíram o livro do Caio, como possível resultado, não é?

Mas o grande porém vem agora, depois de ver o resultado, saí divulgando entre os amigos, lógico. Alguns fizeram e quando me contaram o resultado, pra minha surpresa a grande maioria tinha como resultado apenas dois ou até mesmo um único título. Apenas eu tinha quatro. Claro que fui refazer, vai que tivesse ocorrido algum problema da primeira vez, mesmas respostas e mesmo resultado. Me restou apenas me conformar e ficar com a explicação que uma amiga me deu: “mais claro, só você mesmo pra ter o resultado diferente de todo mundo, até nisso! Você não é normal, não Carlos! (risos)”

Que saber que livro você é, então faz teste aqui.

E se alguém conseguir quatro ou mais livro como resposta por favor me avisa, acho que vai me fazer um bem me sentir um pouco mais normal. rsrs


2 de set. de 2010

Ao dia de ontem, hoje e amanhã também




Ao som de Eliana Printes - Só vou Gostar de quem gosta de mim

Enfim, quando acordou era setembro, não sabia dar uma explicação racional, mas o fato é que não gostava do mês de agosto. Era primeiro de setembro e o início de um novo mês, bem como a sensação de recomeço e reinício trazido por aquele período em que abandonamos o frio do inverno, as roupas pesadas e sem vida e entramos na estação do renascimento, com flores e cores enfeitando o nosso caminho, lhe trouxera paz, e mais do que isso, esperança.

A possibilidade de seguir em frente se tornava mais forte, era a hora de esquecer o erros antigos de vez, de esquecer da dor provoca quando o que oferecia era amor, havia chegado a hora de soltar as amarras do passado e também de seguir em frente, mas dessa vez sem olhar pra trás.

A vida estava seguindo o seu curso, e enfim, havia chegado o momento de voltar a viver tudo intensamente sem as tristezas que haviam lhe apertado o peito nos últimos meses. Era o momento de buscar o novo de novo, de voltar a ser feliz por inteiro. E esperar coisas novas e gente nova: um telefonema com alguma novidade de alguém querido, uma nova carta de um velho e bom amigo, novos amigos, um novo amor...

Era a hora de voltar a sonhar e ir em buscas dos novos sonhos, sem lamentações, já estava pronto pra voltar a sorrir e para voltar a se perder dentro de si, simplesmente por livre e estar vivo.