25 de jan. de 2012

díc

foi bom ouvir:
"se você quiser vir..."
mas, seria arrebatadoramente lindo ter ouvido:
"eu quero você, aqui" 

24 de jan. de 2012

"para evitar explosões cósmico-químicas
mantenha o seu sorriso 
distante dos meus olhos"

23 de jan. de 2012

se servir para clarear um pouco:


amar é estar a beira do precipício, é pular sem pensar duas vezes, sem olhar pra trás, sem respirar ou fechar os olhos. não há tempo para mais nada, entende? é puro sentimento. é apenas sentir. tem o frio na barriga mesmo no décimo oitavo encontro e tem que ter o mesmo friozinho quando vir a pessoa amada pela octagésima milésima vez. pouco importa se essa pessoa não for o protótipo que um dia sonhamos, fantasiamos na adolescência. basta que ela alimente a coisa mais viciante do mundo, o tal amor, e ela se tornará, "a pessoa ideal" (esse carma que perseguimos desde sempre e que homens e mulheres vêm buscando a milhares e milhares de anos, desde que o mundo é mundo). ironicamente, só então descobriremos que "a pessoa ideal" está longe de existir, mas vamos amando apesar de tudo aquilo que nos desagrada. se for amor não nos lembramos de ligar as seis e quarenta e cinco da tarde pra saber como foi o dia do outro, mas ligamos porque passamos o dia inteirinho pensando naquela criatura que um segundo longe já nos deixa com saudade, sem ar; e um mais um segundo sem ouvir pelo menos um "ooooi" nos matará. se for amor, pouco importa se o celular toca as duas da manhã, se do outro lado da linha ouvimos aquela voz que nos faz arrepiar, mesmo que seja contando do pesadelo que lhe fez perder o sono, a hora voa e quando desligamos o celular denuncia: uma hora e dezessete minutos. se for amor, pouco importa se o celular toca as duas da manhã, e dane-se que gastamos uma hora e dezessete minutos, mesmo que tenhamos ido dormir a uma e que o despertador esteja programado para tocar as cinco e trinta. amor e razão não combinam. amor e números muito menos, a única equação possível é 1+1= nós. amar é não ter que dar justificativas, motivos, explicações para continuar chamando alguém "meu amor". se não for assim, se não for dez mil vezes maior e mais assustador que isso não é amor. é um lance, um beijo, um carinho, uma carência. e passa. mas, quando for, não restará qualquer dúvida, porque a única certeza que teremos na vida é que sim, enfim encontramos. 

P.S.  às vezes, a resposta que buscamos, ou que tentamos evitar por não ser a que desejávamos, pode se concretizar ao revirarmos o baú em algum texto escrito séculos atrás, quando nem sonhávamos viver o que estamos vivendo no momento. 


19 de jan. de 2012

w

eu havia me acostumado a pensar:
"mas não é igual", "não é assim que tem que ser", "não"
agora há um fio de esperança surgindo 
talvez dentro de mim, talvez em ti
sem comparações, sem lembranças ou expectativas:
"pode ser"
A voz de Elis tem me acompanhado há muito, não posso precisar desde de quando (quem sabe de outras vidas, outros lances). 
E trinta anos depois essa mesma voz continua ecoando... merecidamente.
Elis é Talento, Entrega, Intensidade, Furacão, Emoção, Arte...
Eterna


(Pra mim, a maior de todas!)

13 de jan. de 2012

Assim seja

"Livrai-me, Senhor, dos abestados e dos atoleimados"
Hilda Hilst






P.S. felizmente, ainda, não perdi a capacidade de me indignar com gente medíocre  
       

12 de jan. de 2012

Porquê odeio silêncios constrangedores

Não é comum, mas às vezes acontece: eu fico sem resposta. Pior do que isso sem assunto.
No meu caso, ficar sem resposta é o mais raro de tudo. Na verdade, quando isso acontece meu silêncio já é a resposta; pois, a minha sinceridade latente me impede de mentir, mas tem ocasiões (raras por sinal) que não posso dizer o que penso na lata, aí silêncio, tento disfarçar com um sorriso e espero que a pessoa entenda. 
No entanto, ficar sem assunto é o que mais me apavora. De repente no meio de uma conversa ele acaba, aí brota aquele silêncio constrangedor e eu me pego torcendo para que a outra pessoa comece um assunto novo, porque não me vem nada em mente. 
Quando isso acontece entre amigos ou com alguma pessoa que conhecemos de longa data é sempre mais fácil de nos livrarmos da saia justa, basta lembrar de alguma história engraçada que aconteceu há milênios, ou então, contar alguma fofoquinha boba sobre alguém, esta última normalmente resulta em horas de conversa e muitas risadas, afinal uma fofoca sempre puxa outras milhares. 
Quando acontece entre ficantes ou namorados é muito mais fácil de resolver, basta aproveitar o silêncio para fazer coisas bem melhores: uns beijinhos, um cheiro, um carinho e tantas outras coisas mais, não é?
Mas quando acontece com alguém que mal conhecemos e que não temos a menor intimidade, ou ainda não temos mas pretendemos ter é sempre assustador. Os segundo não passam o silêncio chega a doer no ouvido e invariavelmente nenhum assunto surge. Até que ou alguém arrisca um assunto bobo, o tempo por exemplo (quem nunca ouviu "hoje tá calor, né"?), só pra evitar o silêncio constrangedor, ou então, a conversa acaba e fica pra outro dia, ou nunca mais será retomada.
Só posso dizer que odeio silêncio constrangedores... acho sempre muito bom ter o que dizer, mas às vezes acontece, paciência. Às vezes, esses silêncios nos impedem até mesmo de fazer coisa que adoramos. No meu caso: escrever. Os últimos dias têm sido desses silêncios vários, que impediram até mesmo as primeiras postagem deste ano, e que fez com que a postagem de 2 anos deste blog (esta) apareça com um dia de atraso e com um assunto não dos mais agradáveis. 
Odeio silêncio constrangedores, quero assunto, vida, cor, bagunça... pra compensar tanto silêncio a minha playlist tá puro rock and roll, bebê. Cansei de calmaria...