E de repente, percebeu que o importante era se divertir. Resolveu a partir de então permitir-se. Permitiu-se esquecer tantos planos, números e conceitos pré-estabelecidos. Passou a privilegiar o caminho, mas que o destino. Começou a viver.
Comecei a viver, sabe aquela balela de um dia de cada vez, é tão mais simples, mas como foi difícil alcançar essa simplicidade. Os sonhos continuam surgindo a cada dia, mas sem qualquer obrigatoriedade. E, as frustações diminuíram tanto.
Diminuíram as frustações, as decepções e as angústias. A vida então adquiriu novos tons, sons, sabores. Resolveu experimentar e percebeu que nem tudo o que antes deixava do lado de fora do seu complicado mudinho quase perfeito era tão ruim assim.
Descobri que não existe perfeição, e que quero meu mudinho repleto de devaneios. Eu não sou perfeito. Mas continuo responsável e perfeccionista... é não sou perfeito.
Aquilo que julgava perfeito mostrou-se tão sem graça. Foi encontrar alegrias naquilo que sempre enquadrou na prateleira do nunca: desistiu, quando antes lutaria até o fim, o que se revelou um jeito tão mais digno e simples de encarar as coisas, dizer que não podia mais foi muito mais fácil que violentar-se insistindo só para não dar o braço a torcer. Divertiu-se com bobagens que jurava não ter qualquer graça. Foi a balada que jurava nunca ir; ouviu e gostou aquelas músicas que jurava não ser pra si. E, foi encontrar o afeto que buscava na pessoa que menos se enquadrava nos seus padrões pré-estabelecidos de cara ideal, sim era mais novo, fumante, morava longe, mas no fim pareceu ser tudo o que buscava. Então deixou de criar barreiras.
Desfiz minhas barreiras, hoje percorro caminhos distintos a cada instante. Não há mais espaço para os ãos: não, decepção, frustação... estou (e espero ter me tornado) um ser de ões: diversões, emoções, paixões...
Ótima postagem Carlos...gostei.
ResponderExcluirabraços