5 de fev. de 2011

Dos "quases" que persistem

Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
(Detalhes - Roberto e Erasmo)


Será que de vez em quando você pensa mim? Eu hoje me peguei pensando nisso, na verdade, me peguei pensando em você. Talvez Roberto e Erasmo tenham razão, e “quase também é mais um detalhe” e de vez em quando eu ainda irei me lembrar de você. Porque eu “quase” te esqueci, eu “quase” superei por completo a tua partida, eu “quase” provei pra mim mesmo que foi melhor assim. Mas quase não é cem por cento, talvez se aproxime dos noventa e oito por cento, mas ainda tem uma pontinha de dor, de fisgada na boca do estômago, de um sorriso bobo que solto esporadicamente quando me lembro de você, ou melhor, da parte boa de nós.
Foi saudade boa, vontade de saber sobre ti, de ouvir sua voz falhar como nos primeiros telefonemas. Você ainda gagueja de vez em quando? Vontade de ver o teu sorriso tímido. Você ainda tem aquela timidez que lhe dava um charme todo seu? Vontade de falar com você. Porque quando conversávamos por horas e horas parecia apenas alguns minutos. Você me entendia. Você me entendia?
Quando eu ouço Bethânia ou Etta James, de vez em quando eu me lembro de você. E também quando passo por aquele túnel que continuo não sabendo direito o caminho, ou quando ponho os pés na estação em que nos separávamos; eu indo para esquerda, você pra a direita. Agora não há para quem eu desejar uma boa noite às seis da manhã. Não há você nas noites de domingo.
Atualmente você é a lembrança, tem se transformado em saudade cada vez mais esporádica por que a vida continua, o tempo não para, e eu sobrevivi. E sobrevivo cada vez que te  (re)encontro. Mas as lembranças também são mais um detalhe, e como já sentenciaram, querendo eu ou não, durante muito tempo em minha memória você vai viver...

PS: ao som de Maria Bethânia

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