11 de mai. de 2013

Mas não era

w.

Quando eu vi na tela do celular um número desconhecido, abri a mensagem sem pensar em nada, podia ser algum amigo, alguém da faculdade me lembrando de fazer uma última coisa naquela sexta-feira, ou querendo que eu anotasse o número novo, ou ainda mais uma propaganda ou golpe típicos de nosso tempo, mas não era. 

Li uma mensagem que fala de saudade, da vontade de me ver, do tempo que não me via, não havia qualquer assinatura, inicial, indício de quem pudesse ter me enviado aquilo. Era tão linda a mensagem. E logo, eu me traí acreditando que fosse você, torcendo pra que fosse você, que aquela mensagem fosse uma espécie de bandeira branca, uma borracha no passado de desencontros, mas não era. 

"Quem é você que está com saudades?" foi a única resposta que me veio a mente, afinal podia não ser você e não caberia eu responder: "também estou com muitas saudades suas, penso em você todos os dias, mesmo me esforçando para não pensar. Me encontra na esquina da sua casa daqui a uma hora?" Essa era a resposta que eu enviaria se fosse você, mas não era. 

Antes mesmo de receber a resposta de quem era, deixando a emoção de lado eu já pude saber que não era você. Bastou analisar aquelas palavras com um pouco de atenção, afinal lidar com palavras é mais do que uma habilidade é parte do meu dia a dia há anos, para lembrar que você jamais diria aquilo, tão docemente. No mínimo iria me mandar alguma mensagem para me fazer sentir culpado de alguma coisa que eu não fiz, e eu iria me sentir culpado mesmo sabendo que não deveria, e no fim eu nem iria me importar, pois quando você me abraçasse ou sorrisse, diminuindo ainda mais os seus olhos, eu entenderia tudo o que você não dissesse através das palavras. Eu até pensava que aquele nosso encontro era para sempre, mas não era.


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