Venho cultivando a ignorância. Estou com medo de saber: revirar gavetas, recapitular histórias, somar-dividir-subtrair e no fim perceber que saí perdendo mais uma vez. Tem sido melhor não pensar, nem tentar descobrir se fiz a coisa certa, ou, se estou fazendo a coisa certa. Apenas estou fazendo e pronto.
Sigo cumprindo com as obrigações, pagando as contas, vivendo cada dia. Já espero que o próximo ano seja melhor, o próximo dia, eu espero apenas chegar inteiro ao final dele.
Tenho sofrido menos que antigamente. Mas, também tenho me alegrado menos, me surpreendido menos. Apesar, de as pessoas continuarem rindo das minhas graças, piadas e gafes. Sorrio, mas sei que os meus olhos revelam, assim como as unhas roídas, que nem tudo está tão bem assim.
Acho que a vida, perdeu um pouco das suas cores, ao menos as de antigamente. E não é amargura. Talvez um dia volte a ter aqueles mesmo olhos claros que viam tudo pelo lado melhor.
Talvez isso, não faça sentido. Foda-se, outra preocupação abandonada lá atrás, não quero fazer sentido, nem ser entendido. Quero ser amado, ter dinheiro, e uma grande biblioteca. Quero ter gatxs, cachorrxs, e uma casa com rede no quintal, mas bem no centro da cidade.
Ainda gosto de paradoxos.
Queria notícias de algumas pessoas. O abraço de outras. Um conselho, um olhar, um sorriso. Tenho sentido saudades, além de medo.
Venho planejando mais e sonhando menos. E acho que descobri porque nunca gostei das coisas exatas, não há surpresas, nem aquela sensação de incredulidade. Mas, não tenho vivido surpresas nem coisas incríveis, então está valendo.
Está valendo sim. Quem sabe um dia eu volte a ser aquela metamorfose louca? Já estou voltando a escrever, enfim, talvez seja um começo ou mais uma virada de página!
p.s. não me pergunte se estou feliz: tenho andado sem repostas para muitas perguntas!
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