10 de abr. de 2011

De dores... e a tentativa de ter esperanças


A vida, às vezes, é de uma ironia que me provoca medo. Eu tinha acordado decidido que aquele dia seria simplesmente excelente; a mistura de dor, raiva e um pouco de decepção que me atormentaram nos dia anteriores já tinha passado, já nem me lembrava das lágrimas, e o sol brilhando na janela parecia conspirar a favor. Doce ilusão. Não seria permitido ser feliz naquele dia. E bastou ligar a televisão pra saber que enquanto eu abria a janela e via um lindo sol brilhando crianças perdiam a suas vidas de uma forma covarde e brutal. Bastaram poucas horas para que a angústia no peito por pensar que aquilo poderia estar acontecendo com familiares, amigos, alunos, meus ou comigo mesmo, se transformasse numa espécie de dor-compartilhada com aqueles que perderão os seus, as suas crianças. E, pra perceber que o que muitas vezes julgo como um sofrimento, não passa de um simples percalço; e que às vezes dou importância demais a problemas que daqui alguns dias nem me lembrarei. Ao contrário de uma dúzia de famílias, e mais tantas outras pessoas, que para todo sempre carregaram um cicatriz, que dói mais que as visíveis, porque não se vê, não se toca, porque é ausência. Ausência brutal e inesperada. Na quinta não teve alegria, na sexta não teve festa, hoje já segui com a minha vida quase que normalmente, porque estou longe, em outra cidade, outro estado, porque não conhecia nenhumas das pessoas afetadas, mas e essas famílias, será que um dia dirão que a vida voltou ao normal? Porque não é normal, não é fácil, e não é lógico ver uma mãe ou um pai enterrar um filho. 

P.S. Minhas orações e pensamentos positivos para que essas famílias encontrem conforto e calmaria o mais breve possível, se possível. E que o tempo possa amenizar tudo. 



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